quarta-feira, 31 de dezembro de 2008

My happiness.

Queria dizer que, no dia de ontem, tive uma tarde incrível com as pessoas mais incríveis que já conheci. Achava impossível uma amizade continuar com a mesma ‘qualidade’, a mesma compreensão, quantidade de carinho e afeto depois de um ano sem aquela rotina de se ver todo dia.
As pessoas tomam seus rumos, cada um vai pro seu lado, seguindo seus sonhos e desejos. O que as une é o sentimento, seja ele qual for. Mas nos últimos tempos, considero impossível achar outro sentimento, senão a amizade, o mais puro, duradouro e verdadeiro de todos. Amor acaba, orgulho se esquece, fidelidade se rompe. A amizade permanece.
Os amigos estão sempre ali, mesmo que você passe um ano sem vê-los; quando você precisa, eles te dão colo, choram com você, fazem você dar aquela risada que sente vergonha de dar na frente dos outros, tiram um tempo das suas vidas aceleradas só pra passar uma tarde com você e reviver e viver bons momentos. Então, para finalizar o ano não tinha outra melhor escolha do que tirar um dia da minha vida – um tanto inútil e sem sentido ultimamente – e rever vocês, amigos!

Happy new year! I hope all your dreams come true.

"Se você viver sonhando, vai acabar esquecendo de viver."

segunda-feira, 22 de dezembro de 2008

Resposta de Julieta


Para algum qualquer Romeu
a quem ouso chamar meu:
saberia dizer dia
para o fim desta agonia?

O tempo passa, me arrasta,
termino na cama errada;
O acaso complica, irrita,
e eu caio nessa cilada;
O amor dança e sua vingança
é me ver atordoada;

Você me sofre,
te amadureço,
você me ganha
em você, perco;
És minha paz,
quem cria o caos.

Nosso amor é delinqüente.
Se a saudade é tão imensa,
e sofrer já não compensa,
eu me julgo incoerente.

Se vivos não podemos nos amar
é à morte que devemos brindar.
Toma sem demora a poção mortal
enquanto acerto em mim o teu punhal.

quinta-feira, 18 de dezembro de 2008

Um gênio para ser lembrado - Rimbaud

Genial era Rimbaud, cuja missão era desorientar. Rimbaud é um dos principais escritores da lírica moderna, juntamente com Baudelaire e Mallarmé (talvez eu esteja contaminada ainda pelas aulas de Texto Poético ou minha memória quer dividir 45 páginas de conhecimento com vocês). Mas, assim como na poesia em geral, essas 45 complexas páginas só fazem sentido a partir do momento em que são esmiuçadas, trabalhadas, desenvolvidas... quem sabe até deturpadas!

Poesia, disse um sábio, não é para ser entendida. Repleta de dissonâncias (incompreensões que geram fascinação), a forma de escrita em versos é para ninguém - ou é para todos. Interpretações infinitas e intenções autoriais múltiplas não são novidades para os habituados com esse tipo de leitura. Rimbaud, que escrevia assumindo várias identidades, não queria ser compreendido. Para tal, usava artifícios complexos:

- sua poesia não se apega ao real, ao palpável. Toda graça está em criar situações novas passíveis de serem imaginadas, todavia não podem ser construídas. "Estendi cordas de torre a torre, guirlandas de janela a janela, correntes de ouro de estrela a estrela, e eu danço.". Não existem limites para a imaginação;

- seus versos não se relacionam, ou seja, a ordem pouco importa. A quebra da realidade através da decomposição do "real", por ser tão freqüente, torna-se coerente na incoerência;

- ah, o feio! O feio (poético) tem sua origem na fuga do real - entrada no vazio. Portanto, novamente nota-se a ausência de semelhanças com a realidade. Chegamos ao NADA - falta de compreensão de algo que não existe além dos nossos olhos da imaginação, pois seus limites foram removidos;

- a poesia explosiva de Rimbaud une seres, objetos e sentimentos totalmente heterogêneos. "O rei, de pé, sobre sua barriga.".

Porém, Rimbaud fugiu tanto do real, destruindo o seu mundo de tal forma que, antes que destruisse sua própria poesia, preferiu abandonar o vício da criação. Aos 19 anos, depois de apenas 4 anos de vida literária, muda nossa história e torna-se um dos mais complexos poetas de que já se teve notícias, deixando seguidores, fãs, leitores e alunas de Texto Poético exictadas (entenda-se "entusiasmadas", "com vontade", "ansiosas") em escrever sobre ele, propagando sua poesia explosiva.

Felizes aqueles que lêem Rimbaud e a mim até o fim!

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"A minha superioridade consiste no fato que não tenho coração." Arthur Rimbaud

terça-feira, 16 de dezembro de 2008

Exílio de Romeu



No exílio dos meus sentimentos
tento encontrar uma razão

para tamanho amor em vão

em perturbados pensamentos.


Pertences à lembrança

e jamais escaparás

pelas frestas da desesperança.


Condenado estou e

meu castigo é você.


Meu conforto?


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"O que mais é o amor? A mais discreta das loucuras, fel que sufoca, doçura que preserva."
pág. 18; Romeu e Julieta.

segunda-feira, 15 de dezembro de 2008

Bom motivo


Se Romeu pode ter seu exílio, por que não Julieta? Não tenho a pretensão, aqui, de ser um novo Shakespeare; mas não há mau algum em cultuá-lo. Também não pretendo me considerar infeliz e de má sorte como foi o casal mais sem perspectiva que já existiu, mas o sofrer por amor nos iguala até certo ponto.
O que encanta, na verdade, são as possíveis variações do verbo escrever. Seja em verso, parágrafo ou cenas, o ato de refletir e personificar seus próprios sentimentos sempre transformará cada sofrimento ou paixão em apenas mais algumas linhas de um livro.